quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ROUBO DE CARGAS CAUSA PREJUÍZO DE R$ 920 MILHÕES AO SETOR


Número de ocorrências cresceu 5,7% no ano passado
Produtos alimentícios, cigarros, eletrodomésticos e produtos farmacêuticos foram as mercadorias mais visadas por criminosos no transporte rodoviário de cargas brasileiro em 2011.
Ao menos é o que aponta um levantamento realizado pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), e divulgado na última semana, que revela que no ano passado, o número de roubos de cargas cresceu 5,7% na comparação com o ano anterior. O prejuízo do setor somou R$ 920 milhões, o maior dos últimos seis anos.
De acordo com os dados, a região com maior incidência é o Sudeste, que concentrou 83,57% dos casos, com destaque para São Paulo, com 53,47% das 13 mil ocorrências no País.  Logo em seguida aparece a região Sul, com 6,3% do total; Nordeste, com 5,67%; Centro-Oeste, com 3,05% e Norte, com 1,41%.
Segundo o assessor de segurança da entidade, coronel Paulo de Souza, os números têm como base os dados informados pelas Secretarias de Segurança dos Estados, pelas empresas do mercado segurador, pelas gerenciadoras de risco, transportadoras e outras fontes.
"Temos uma grande dificuldade em coletar os dados regionais e estaduais todos os anos, por que muitos Estados não disponibilizam estes números publicamente e, nesses casos, utilizamos os dados fornecidos por outras fontes, entre as quais as  empresas seguradoras”, explica.
O levantamento mostra que o maior crescimento de roubos ocorreu na região Centro-Oeste, quase dobrou. Em 2010, foram 207 casos. No ano seguinte, 397. Para o presidente da Fenatac (Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas), José Hélio Fernandes, a alta está diretamente ligada ao aumento do volume de cargas, principalmente industrializadas, que ocorreu na região.
“Outro fator tem nos preocupado. Antes, os criminosos roubavam a carga e logo em seguida encontrávamos o caminhão. Hoje em dia, os caminhões também estão sumindo. Temos cobrado do governo, Polícia Rodoviária Federal e delegacias que tenham uma atuação mais rígida nas rodovias e centros urbanos, mas enquanto não atuarem na receptação das mercadorias, o combate vai ser difícil. O cerne da questão está justamente no receptador”, disse Fernandes.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Aeroporto de Cumbica poderá ter pousos e decolagens simultâneos


26/11/2012 - 06h30


PUBLICIDADE
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
A Aeronáutica prepara a liberação, pela primeira vez, de pousos e decolagens simultâneos em aeroportos com pistas paralelas onde hoje há restrições a esse tipo de operação. É exatamente a situação de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), mais movimentado aeroporto nacional e porta de entrada de estrangeiros no país.
O objetivo é ampliar o número de voos em Cumbica e em outros aeroportos com as mesmas características até a Copa de 2014.
Ronaldo Jenkins, diretor técnico da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), estima que a medida possa elevar o movimento em Cumbica em 30% -dos atuais 45 para 58 pousos e decolagens a cada hora.
Oficialmente, a Aeronáutica afirma que tem dado "atenção especial" a essa proposta e que a mantém sob análise. A interlocutores, porém, oficiais têm dito que a nova regra pode sair ainda neste ano.
Eduardo Knapp - 8.jun.11/Folhapress
Movimentação do aeroporto de Cumbica,em Guarulhos (Grande São Paulo)
Movimentação do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo)
CRONOGRAMA
A implantação levará um ano após a norma entrar em vigor, prazo que a Aeronáutica dará para treinamento de controladores de voo e pilotos.
Além disso, as reformas previstas para as pistas em 2013 irão facilitar a mudança.
Cumbica não pode hoje ter pousos e decolagens simultâneos porque as duas pistas têm 375 metros de distância entre si -a norma atual exige 760 metros.
A proposta é abrir a possibilidade para esse tipo de operação quando houver condição visual (dias e noites de céu claro, em que o piloto tem referência do que está à frente e do que está abaixo). Pilotos e controladores farão o gerenciamento.
Em 70% do ano, o aeroporto de Cumbica opera em condição visual.
Entre os cenários que a alteração permitiria estão: 1) autorizar que um avião decole em uma pista enquanto outro se prepara para aterrissar na outra; hoje, o avião prestes a decolar tem que esperar o que aterrissa tocar na pista para, só então, partir.
2) autorizar que dois aviões se aproximem para pouso ou decolem ao mesmo tempo (não necessariamente em paralelo), cada um em uma pista.
Editoria de Arte/Folhapress
IGUAL AOS EUA
Dono do maior tráfego aéreo no mundo, os EUA permitem os pousos simultâneos nas mesmas circunstâncias que a Aeronáutica pretende liberar.
O parâmetro usado foi o aeroporto de San Francisco, que tem características semelhantes às de Cumbica e adota pousos e decolagens simultâneos desde 2004. Em horários de pico, a capacidade do aeroporto aumenta até 25%.
A proposta partiu de um grupo integrado pelo SRPV-SP (Serviço Regional de Proteção ao Voo), órgão subordinado à própria Aeronáutica, representantes das empresas aéreas, da Anac e da Infraero (responsável pela torre de controle de Cumbica).
A conclusão do grupo, em documento a que a Folha teve acesso, foi que as alterações trarão "benefícios incalculáveis à aviação brasileira", ao permitir "desafogar" o movimento nos aeroportos.