Número de ocorrências cresceu 5,7% no ano
passado
Produtos
alimentícios, cigarros, eletrodomésticos e produtos farmacêuticos foram as
mercadorias mais visadas por criminosos no transporte rodoviário de cargas
brasileiro em 2011.
Ao menos é o que aponta um levantamento realizado pela
NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), e
divulgado na última semana, que revela que no ano passado, o número de roubos
de cargas cresceu 5,7% na comparação com o ano anterior. O prejuízo do setor
somou R$ 920 milhões, o maior dos últimos seis anos.
De acordo com os dados, a região com maior incidência é o
Sudeste, que concentrou 83,57% dos casos, com destaque para São Paulo, com
53,47% das 13 mil ocorrências no País. Logo em seguida aparece a região
Sul, com 6,3% do total; Nordeste, com 5,67%; Centro-Oeste, com 3,05% e Norte,
com 1,41%.
Segundo o assessor de segurança da entidade, coronel Paulo de
Souza, os números têm como base os dados informados pelas Secretarias de
Segurança dos Estados, pelas empresas do mercado segurador, pelas gerenciadoras
de risco, transportadoras e outras fontes.
"Temos uma grande dificuldade em coletar os dados regionais
e estaduais todos os anos, por que muitos Estados não disponibilizam estes
números publicamente e, nesses casos, utilizamos os dados fornecidos por outras
fontes, entre as quais as empresas seguradoras”, explica.
O levantamento mostra que o maior crescimento de roubos ocorreu
na região Centro-Oeste, quase dobrou. Em 2010, foram 207 casos. No ano seguinte,
397. Para o presidente da Fenatac (Federação Interestadual das Empresas de
Transporte de Cargas), José Hélio Fernandes, a alta está diretamente ligada ao
aumento do volume de cargas, principalmente industrializadas, que ocorreu na
região.
“Outro fator tem nos preocupado. Antes, os criminosos roubavam a
carga e logo em seguida encontrávamos o caminhão. Hoje em dia, os caminhões
também estão sumindo. Temos cobrado do governo, Polícia Rodoviária Federal e
delegacias que tenham uma atuação mais rígida nas rodovias e centros urbanos,
mas enquanto não atuarem na receptação das mercadorias, o combate vai ser
difícil. O cerne da questão está justamente no receptador”, disse Fernandes.