Os gastos com aeroportos subiram 23,5% nos últimos três meses e foram o principal motivo por elevar o custo da Copa do Mundo de 2014 para R$ 28,1 bilhões. O valor total foi divulgado pelo o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luiz Fernandes, na semana passada e confirmado com detalhes pelo Governo, nesta segunda-feira. Obras nos estádios e de mobilidade urbana também contribuíram para que o custo total do Mundial aumentasse em 10% desde abril, quando era de R$ 25,5 bilhões. O valor, no entanto, ainda está dentro do orçamento estimado inicialmente, que era de R$ 33 bilhões.
Em entrevista coletiva realizada no Maracanã, no Rio de Janeiro, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, esteve ao lado de Luis Fernandes, de Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, e de Ricardo Trade, diretor-geral do COL (Comitê Organizador Local). Na tentativa de defender o Governo Federal das reclamações expostas pela população nas manifestações pelas ruas do Brasil, números dos investimentos na Copa foram apresentados.
O principal aumento foi nos aeroportos, já que a previsão de investimentos no setor subiu de R$ 6,8 bilhões para 8,4 bilhões nos últimos três meses, um aumento de 23,5%. No mesmo período, o custo dos estádios também aumentou de R$ 7,1 bilhões para R$ 7,6 bilhões (7%), enquanto os gastos com a mobilidade urbana cresceram de R$ 8,5 bilhões para R$ 8,9 bilhões (4,7%). Os outros investimentos, como em portos, telecomunicações, segurança e turismo, se mantiveram praticamente estáveis desde abril, com R$ 3,2 bilhões todos juntos.
De acordo com os números apresentados por Luís Fernandes, secretário-executivo do Ministério do Esporte, foram os gastos de recursos privados os grandes responsáveis por esse aumento considerável, passando de R$ 4,2 bilhões em abril para R$ 5,6 bilhões agora em junho. Já os governos estaduais e prefeituras dos municípios passaram a gastar 7,6 bilhões, contra os R$ 6,2 bilhões previstos anteriormente, O investimento do Governo Federal subiu de R$ 6,5 bilhões para R$ 8,7 bilhões.
"A Copa das Confederações e a Copa do Mundo representam uma oportunidade histórica para promover o desenvolvimento do pais. O Brasil é um país em desenvolvimento, diferentemente da Alemanha e da Inglaterra. A Copa alavancou e adiantou investimentos essenciais em infraestrutura e serviços, que teriam que ser realizados no Brasil independentemente das competições. O ponto básico é que se trata de um plano estratégico de investimentos no desenvolvimento do Brasil, a partir da oportunidade da Copa do Mundo. Não é custo da Copa, é oportunidade para produzir desenvolvimento nacional", explicou Luís Fernandes, nesta segunda.
O ministro Aldo Rebelo reforço as palavras do secretário, garantiu que os ivestimentos feitos pelo Governo deixarão legados no país e que áreas essenciais, como saúde e educação, não estão sendo prejudicadas.
"Há um debate do que são investimentos e do que são gastos para a Copa. No caso dos estádios, não há gastos do Governo, o que há são empréstimos junto ao BNDES. Há também a comparação daquilo que o Governo investiu na Copa com os gastos de saúde e educação. Não há desvio de recursos destinados à saúde e educação para obras da Copas ou construção de estádios", afirmou Rebelo.
Veja fotos dos protestos contra a Copa que acontecem pelo Brasil: