sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Aeroviários iniciam paralisação em aeroportos de RJ, DF, MG, BA e CE












 
 

 
Em assembleias realizadas na tarde desta quinta-feira (22), os aeronautas (funcionários que trabalham em voo) aceitaram a proposta das empresas aéreas e decidiram desistir da greve anunciada para começar ontem, às 23h. Os aeroviários (que trabalham em terra), no entanto, decidiram parar. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), que rejeitou acordo de reajuste salarial com as companhias aéreas, as paralisações parciais começaram no início da noite de ontem nos aeroportos do Galeão (RJ), Brasília, Salvador, Confins (MG) e Fortaleza.



Na manhã desta sexta-feira (23), a Infraero informou que dos 589 voos nacionais previstos para o horário, 81 estavam atrasados (13,7%) e 20 foram cancelados (3,4%) em todo o país.



No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde parte dos aeroviários paralisaram nesta quinta, uma assembleia na segunda-feira (26) decidirá se haverá greve ou não. A assembleia seria realizada nesta quinta-feira, mas foi adiada após reunião no Tribunal Regional do Trabalho. De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (Fntta), Uébio José da Silva, ficou decidido que o sindicato deverá informar o início da greve com 72h de antecedência, inviabilizando a greve antes da segunda-feira.



No aeroporto de Guarulhos (Grande SP) não haverá greve, mas a paralisação em outros terminais pode gerar reflexos e causar atrasos e cancelamentos.



A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, informou que a paralisação começou a despeito da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de multar o sindicato em R$ 100 mil por dia se não houver um mínimo de 80% de funcionários trabalhando. “Nossa greve já começou no Rio, em Brasília, em Belo Horizonte e Fortaleza. O TST é muito rápido e tem mão pesada para punir o trabalhador. Mas nossa dignidade não custa R$ 100 mil por dia”, disse Balbino durante manifestação no Galeão.



A ameaça de multa se refere ao descumprimento da ordem judicial de manter 80% dos funcionários trabalhando nos dias 23 e 24 e 29, 30 e 31 de dezembro. Ela disse que a continuidade da paralisação vai ser definida pelos trabalhadores. “Por isso nós antecipamos a greve”, afirmou. A paralisação estava marcada para começar as 23h de hoje.



Negociações
Aeronautas e aeroviários anunciaram a greve no início de dezembro, após não chegarem a um acordo com as empresas aéreas. Inicialmente, os trabalhadores reivindicavam 13% de aumento, e as empresas ofereciam 3%. Os sindicatos pediam ainda aumento de 10% no auxílio-alimentação e nas cestas básicas e reajuste do piso das categorias de R$ 1.000 para R$ 1.100.



Após reunião de conciliação no TST, as companhias subiram a proposta para 6,17% --valor equivalente à inflação do último ano, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)-- e aceitaram as outras exigências. Os trabalhadores rebaixaram para 8% o pedido de reajuste, conforme orientação da juíza do TST que mediou a reunião. Como não houve acordo, a greve foi mantida.



Na quarta, as empresas aéreas subiram a proposta para 6,5% de reajuste. Para o secretário-geral do SNA, Sérgio Dias, o avanço na reposição salarial foi pequeno, com margem de apenas 0,33% acima da inflação, mas o sindicalista avalia que houve melhoria importante no aumento de 10% do piso salarial das categorias.



Segundo ele, o acordo beneficia principalmente os funcionários de empresas menores, que têm menos força de reivindicação. “Foi o possível, a expectativa era maior. Poderia ter sido melhor, com um pouco mais de mobilização e sensibilidade dos patrões. Houve crescimento no setor e os trabalhadores contribuíram bastante para isso”, disse Dias.



Paralisação em Congonhas
Em Congonhas, um grupo de aeroviários, em sua maioria da TAM, decidiu fazer uma paralisação ontem, o que provocou alto índice de atrasos nos voos. Segundo a companhia área, parte dos funcionários do setor de rampa, responsáveis pelo manuseio de cargas e bagagens e pelos equipamentos de solo que atendem as aeronaves, cruzaram os braços.



Trabalhadores e empresas participaram de audiência nesta tarde no Tribunal Regional do Trabalho da capital. A reunião acabou sem acordo. Segundo informou o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo, Uébio José da Silva, as empresas não aceitaram conceder o reajuste de 7% proposto pelo tribunal, mantendo a proposta de 6,5%.



Procon autua empresa
Durante fiscalização realizada no aeroporto de Congonhas nesta quinta, equipes da Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, autuaram a TAM e a Gol por irregularidades na comunicação e atendimento aos clientes.



As empresas responderão a processos administrativos e têm 15 dias para apresentar defesa. As multas variam entre R$ 400 e R$ 6 milhões.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sem acordo com empresas, aeroviários mantêm ameaça de greve

19/12/2011 - 18h11



DA REUTERS, EM BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
A reunião de conciliação do TST (Tribunal Superior do Trabalho) desta segunda-feira com representantes das empresas aéreas e funcionários terminou sem acordo.
Assim, os aeroviários e aeronautas mantêm a ameaça de iniciar uma greve a partir das 23h de 22 de dezembro, informou a assessoria de imprensa do TST.
Juca Varella/Folhapress
Aeroviários durante protesto no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na semana passada
Aeroviários durante protesto no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na semana passada
Os sindicatos se comprometeram a manter 20% da categoria trabalhando durante a greve, segundo o twitter oficial do TST. Ainda segundo o tribunal, os funcionários das aéreas reivindicam reajuste de 10%.
A ministra do TST Dora Maria da Costa foi eleita relatora do dissídio dos aeroviários e aeronautas.
Os trabalhadores pedem reajustes de até 14%, mas as empresas oferecem apenas 3%. O impasse se arrasta a semanas e rachou o movimento sindical. Os sindicatos ligados à CUT e aqueles ligados à Força Sindical não sentam na mesma mesa para negociar com o Snea, o sindicato das empresas aéreas.
A CUT se dizia mais propensa a entrar em greve, enquanto os sindicatos ligados à Força Sindical apelaram ao Ministério Público do Trabalho com um pedido de conciliação.
Com a entrada do processo no TST, a Justiça é quem vai decidir os valor do reajuste salarial das categorias. Como não houve consenso no tribunal, a decisão deve ir a julgamento.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Capacidade de tráfego aéreo durante a Copa deve dobrar

18/12/2011 - 10h35


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MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
Dentre as medidas que estão sendo adotadas para aumentar a capacidade do espaço aéreo até a Copa está a redução da distância entre as aeronaves no pouso.
Hoje o Brasil trabalha com 5 milhas náuticas de distância. A ideia é reduzir para 3 milhas náuticas, que é a distância mínima padrão.
"Vamos treinar os controladores para isso. Mas, se o procedimento será usado, vai depender da capacidade dos aeroportos e também do treinamento de pilotos, que precisarão desocupar a pista rapidamente", afirma Ary Rodrigues Bertolino, chefe da divisão de operações do CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea), do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
O plano é dobrar a capacidade do tráfego aéreo brasileiro até 2014. Recentemente, o Decea anunciou um ganho de 47%, com mudanças no sistema de distribuição de voos entre controladores.
O Decea também está investindo no desenvolvimento de um software para gerenciar planos de voo, que terão de ser enviados com mais antecedência. "Temos de ter previsibilidade para que, mesmo em situações atípicas, a gente tenha tempo de resposta para atender a demanda", diz Bertolino.
O plano de ação para a Copa prevê ainda o fechamento do espaço aéreo em cima dos estádios por cinco horas (duas antes do jogo e uma depois), por segurança.
Dependendo da extensão, a zona de exclusão pode afetar o espaço aéreo de aeroportos como Guarulhos e Galeão, por exemplo, devido à proximidade dos estádios.
"A intenção é não fechar nenhum aeroporto, mas talvez seja necessário adotar alguma mudança de procedimento", explica Bertolino.
Ainda que a aviação geral seja direcionada para aeroportos secundários, jatos estrangeiros precisarão pousar em aeroportos internacionais para fazer a imigração.
Para não lotar os pátios, será adotado o "stop and go" (pare e siga). O passageiro desembarca, mas o piloto terá de partir rapidamente.
O "stop and go" foi adotado na África do Sul, mas não foi respeitado. Os pátios ficaram lotados, atrapalhando a aviação comercial.
"A única forma de fazer cumprir a regra é adotar uma taxa salgada de permanência e fazer a cobrança na hora", sugere o professor de transporte aéreo da Poli/USP, Jorge Leal.

editoria de Arte/folhapress