sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Avianca Brasil puxa crescimento do grupo Synergy no país



Expectativa dos irmãos Efromovich, controladores do negócio, é de que a companhia aérea supere receita de R$ 1 bilhão neste ano

Dubes Sônego - iG São Paulo  - Atualizada às 
André Vieira: iG São Paulo
Fokker 100 da Avianca
Presidente de companhia aérea que fatura R$ 1 bilhão por ano viaja de classe econômica? E almoça com toda a família em restaurantes que custam R$ 30 a refeição? A resposta é sim, quando se fala de José e German Efromovich, controladores da Avianca. 
Apesar de a companhia aérea ser conhecida por ser generosa com os clientes - com poltronas mais espaçadas e comida de melhor qualidade do que as concorrentes - os irmão não se furtam quando o assunto é sua conhecida frugalidade na vida pessoal e na administração dos recursos da empresa.
O presidente José diz que não se lembra de ter deixado de frequentar um restaurante pelo preço, e afirma que é muito mais conveniente viajar em aviões de carreira. Quando pode, afirma, aproveita para voar na cabine com a tripulação e sondar como está o humor dos funcionários. Da mesma forma, aparecem nos balcões de check-in para saber se está tudo em dia e dar orientações para a correção de eventuais problemas.
Com esse estilo de gestão, a Avianca Brasil espera superar R$ 1 bilhão em receita em 2012. Segundo José, a companhia aérea será a principal responsável neste ano pelo crescimento do grupo Synergy, controlado por eles. Em 2011, afirma, a companhia registrou receita de cerca de R$ 840 milhões, o que significa que a alta no faturamento, se alcançada, será superior a 20%.
Além da empresa aérea, a dupla de empresários, conhecida pelo estilo de vida sóbrio se comparado ao patrimônio que têm, é dona dos estaleiros Mauá e Eisa, no Rio de Janeiro, e de empresas de serviços de apoio à produção e exploração de petróleo. Mas nenhuma delas cresce no ritmo da Avianca Brasil, diz José. No geral, afirma, o crescimento do grupo no país será de até 15%, o que elevaria o faturamento para perto dos R$ 2 bilhões.
O momento de expansão vivido pela companhia aérea é atribuído por quem acompanha o mercado a uma combinação de fatores internos e externos. Uma parte importante da história é o aumento da demanda no mercado nacional. Com a expansão da renda, o número de brasileiros que viaja de avião é maior a cada ano, o que significa a necessidade de mais voos e rotas. Um movimento de mercado que tem sido acompanhado pela Avianca Brasil com a compra e a colocação em operação de novas aeronaves, concentradas na interligação entre capitais.
Segundo Efromovich, a Avianca Brasil iniciou o ano com 26 aviões e deverá terminá-lo com 34 aeronaves. Parte da expansão se dará com a segunda parte de um lote de 15 Airbus A-318 novos, que deverá ser entregue até o final de dezembro. As primeiras cinco unidades chegaram ano passado e outras cinco deverão chegar neste ano, ficando as demais para 2013.
Na avaliação de Respicio Espírito Santo, professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em planejamento estratégico, marketing e inteligência em aviação, em paralelo a Avianca tem conseguido criar uma reputação positiva em serviços, que colocou em marcha “o melhor marketing do mundo, o boca-a-boca”. “A Avianca tem comissárias de bordo mais sorridentes, mais espaço entre as poltronas, alimentação de bordo melhor”, diz. “Mas não necessariamente é a opção mais barata, ou a com os horários mais convenientes”.
A percepção é confirmada, ao menos em parte, por levantamento da revista Viagem & Turismo, da Editora Abril, feito para a eleição da melhor companhia aérea do país. Na última edição, em pontualidade e conforto a Avianca Brasil só perdeu para a Azul, a vencedora geral da disputa.
Por fim, nos últimos meses, o processo de crescimento da companhia tem sido impulsionado também pela situação das líderes de mercado, TAM e Gol, diz Cláudio Toledo, assessor econômico do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). As duas companhias entraram em um período de ajustes nos balanços, motivado por prejuízos recentes de centenas de milhões de reais. Como parte do processo, a TAM praticamente estancou seu processo de expansão e a Gol iniciou um programa de enxugamento que inclui cortes de horários e rotas deficitárias.
De agosto do ano passado para agosto deste ano, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a participação de mercado da Avianca passou de 3,56% para 5,1%, em número de passageiros transportados. Em números absolutos, o salto no indicador foi de 243,6 mil para 373 mil. Enquanto o mercado todo cresceu 6,72%, o volume de passageiros transportados pela companhia dos Efromovich aumentou 53,11%.
“Procuramos nos consolidar nas rotas em que trabalhamos e abrir só um ou dois novos destinos por ano”, afirma José. “Tentamos sempre trabalhar com ocupação superior a 80% onde atuamos”, diz o empresário.
Ponta do lápis
Bem mais difícil é saber se a expansão da Avianca Brasil se reflete em lucros na mesma proporção para o Grupo Synergy e seus controladores. Tanto o grupo quando a companhia aérea tem capital fechado. No ano passado, José disse ao iG que a expectativa era de que o primeiro resultado positivo viesse em 2012.
A julgar pelo estilo de administração dos irmãos Efromovich, é de se supor que haja ao menos equilíbrio entre receitas e despesas. Ambos são conhecidos pelo estilo de vida e de gestão espartanos. E pela capacidade de retomar empresas em dificuldades financeiras controlando custos. Uma das declarações mais conhecidas de German, o mais velho, dada à agência de notícias Dow Jones, é a de que o segredo não é vender caro, mas comprar barato.
Trata-se de uma visão de mundo que leva em conta mais a funcionalidade das coisas do que o que simbolizam. O escritório do grupo Synergy, em São Paulo, por exemplo, não tem luxos. No pequeno jardim que separa a porta de entrada do estacionamento, há plantas mortas e a grama amarelada é mal aparada. As paredes brancas no andar térreo têm marcas de sujeira e é possível identificar pontos de infiltração. Os móveis na sala de José são de fórmica cinza ou marrom. Tudo funciona, nada impressiona.
No ritmo de expansão atual, José diz ainda que os 14 Fokker-100 que fazem parte da frota da companhia deverão começar a ser substituídos somente a partir do final do ano que vêm, quando chegar o período de manutenções de grande porte. O modelo de aeronave ficou marcado pelo acidente da TAM, no aeroporto de Congonhas, em 1996.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

FALTA DE INFRAESTRUTURA ATRAPALHA DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEL


Publicação: 26/09/12
Com o crescimento na demanda por combustíveis e a falta de meios de transporte e de infraestrutura para distribuição, o atendimento da necessidade do mercado está comprometido em alguns Estados. Atualmente, o País conta com 38 mil postos em funcionamento, quando na verdade 20 mil seriam suficientes para suprir a demanda, de acordo com a federação que representa os donos dos estabelecimentos.
O problema é fazer o combustível chegar a todos os cantos do Brasil, ainda mais quando a logística não acompanha as necessidades do País. Só nos primeiros seis meses deste ano, o consumo de gasolina, diesel e etanol cresceu quase 13% e a distribuição deu sinais de fadiga.
Em Rondônia faltou gasolina recentemente. O combustível vai de Manaus para Porto Velho pelo rio Madeira, que está com nível muito baixo – impedindo a passagem das balsas -, o que faz com que o combustível muitas vezes, não chegue ao seu destino.
No último mês, a distribuição também falhou no Tocantins e no Paraná. Para acertar o descompasso entre o consumo e a distribuição, o Instituto Brasileiro de Petróleo, organização que reúne mais de 200 empresas do setor, fez um estudo sobre o que vai acontecer nos próximos anos.
O tamanho do desafio pode ser definido em dois números: até 2020 a demanda vai crescer 40% e os investimentos em infraestrutura precisam chegar a quase R$ 59 bilhões.
Hoje, os combustíveis derivados de petróleo chegam até as distribuidoras principalmente por dutos. O segundo caminho mais usado é por água (cabotagem) e por último rodovia. Todos os modais, segundo estudiosos do setor, estão saturados.
“Imediatamente teria de se melhorar a condição de logística e uma das soluções seria transportar mais combustível por ferrovias, ou construir polidutos, dutos onde se transporta derivados. Vamos ter que correr atrás desse prejuízo pelos próximos cinco anos, mantidas as condições de consumo de derivados no Brasil”, disse o diretor do CBIE, Rafael Schetchtman.
Para os sindicatos das empresas distribuidoras, a importação do combustível complicou ainda mais a logística. O volume que vem de fora cresceu 450% desde o ano passado. Os caminhões que antes iam até as refinarias, agora, têm de buscar o combustível nos portos. É mais distante, gera mais custos e a conta fica mais alta.
“Isso encarece a distribuição, engargala ainda mais as rodovias, o que pode gerar até atrasos no atendimento do mercado. Então, um aborrecimento para o mercado e até um encarecimento do combustível. O repasse seria, assim, natural”, comentou o presidente do Sindicom, Alísio Vaz. “Realmente, nós estamos no limite máximo da capacidade também logística desse combustível pelo país inteiro”, acrescentou o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda.
Do G1

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Aeroportos brasileiros têm segundo mês seguido de queda do tráfego internacional

Os aeroportos brasileiros, embora tenham registado um expressivo aumento de aproximadamente 902 mil passageiros em Agosto, tiveram neste mês a segunda queda consecutiva do movimento em voos internacionais, que baixou 2,5% ou cerca de 38 mil passageiros, segundo os dados da Infraero.

Em Agosto, de acordo com esses dados, os aeroportos brasileiros tiveram um total de 16,34 milhões de embarques e desembarques, em alta de 5,8% suportada pelo aumento de 6,8% ou cerca de 940 mil em voos domésticos, para 14,827 milhões, enquanto em voos internacionais foram 1,513 milhões, o que equivale a 9,3% do total, menos 0,8 pontos que no mês homólogo de 2011.
O Galeão, no Rio de Janeiro, segundo maior aeroporto do Brasil, foi a principal excepção à queda do movimento de passageiros em voos internacionais no mês de Agosto, ao registar um aumento de 9% ou 28,3 mil passageiros, para 344,6 mil.
Seguiram-se Manaus, com +33,7% ou mais quase quatro mil, para 15,69 mil, Campo Grande, com +104,7% ou mais 1,5 mil, para três mil, Confins (Belo Horizonte), com +4,1% ou mais cerca de 1,5 mil, para 37,8 mil, e Brasília, com +4,3% ou mais 1,4 mil, para 34,3 mil.
A queda mais forte foi no maior aeroporto brasileiro, Guarulhos, em São Paulo, por onde passam mais de 60% dos passageiros de voos internacionais, com -4,7% ou menos 45,7 mil, para 923,6 mil.
Entre as quedas mais fortes em percentagem destacam-se, porém, os aeroportos do Nordeste brasileiro que há uns anos tinham em Agosto um tráfego intenso com origem na Europa, e designadamente Portugal, como Fortaleza (-19,1% ou menos 4,7 mil, para 20 mil), Natal (-37,6% ou menos 4,5 mil, para 7,4 mil), Salvador (-14,2% ou menos 4,3 mil, para 25,9 mil) e Recife (-8,1% ou menos 1,8 mil, para 20,8 mil).
Em queda estiveram ainda Porto Alegre (-10,4% ou menos 5,9 mil, para 51,3 mil), Campinas (-29,2% ou menos quase três mil, para 7,2 mil), Curitiba (-32,3% ou menos 2,7 mil, para 5,7 mil) e Florianópolis (-20,8% ou menos 1,6 mil, para 6,2 mil).
Em voos domésticos o panorama foi bastantes diferente, com apenas 14 dos 66 aeroportos com dados publicados pela Infraero a terem queda do número de passageiros.
Também em voos domésticos o Galeão foi o que teve o maior aumento do número de passageiros em valor absoluto, com mais 191,3 mil (+20,5%, para 1,123 milhões), seguido por Guarulhos, com mais 136 mil (+8,6%, para 1,7 milhões).
Com aumentos acima dos 50 mil passageiros, mas inferiores a cem mil, contam-se ainda mais quatro aeroportos, Brasília, com mais quase 90 mil (+6,9%, para 1,385 milhões), Campinas (estado de São Paulo), com mais quase 89 mil (+13,4%, para 748,3 mil), Santos-Dumont (Rio de Janeiro), com mais 70,6 mil (+9,4%, para 820 mil), e Vitória (Espírito Santo), com mais 57,8 mil (+21,7%, para 324,2 mil).
Agosto, porém, foi ainda assim um mês de crescimento mais brando também em voos domésticos, que de Janeiro a Julho estavam com um aumento médio de 8,8%.
Depois de Agosto, o crescimento médio abrandou para 8,6%, significando ainda assim mais 9,1 milhões de passageiros em voos domésticos que no período homólogo de 2011.
Da mesma forma, o movimento de passageiros de voos internacionais, que até Julho estava com um crescimento de 10% (apesar da queda de 1,3% no último mês deste período), depois de Agosto reduz o crescimento para 4,9%, o que equivale a um aumento de 591 mil, para 12,656 milhões.
No conjunto das operações domésticas e internacionais, no fim de Agosto os aeroportos brasileiros estão com 128,09 milhões de embarques e desembarques, mais 8,2% ou mais 9,7% milhões que no período homólogo de 2011.
O Galeão é também nestes oito meses o que tem o maior aumento do número de passageiros, em 2,057 milhões (+21,5%, para 11,6 milhões), seguido por Guarulhos, com mais 1,74 milhões (+8,8%, para 21,4 milhões), Confins, com mais 951 mil (+15,6%, para 7,037 milhões), Campinas, com mais 944,86 mil (+19,2%, para 5,868 milhões), e Porto Alegre, com mais 471,9 mil (+9,3%, para 5,529 milhões).