quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Iata critica privatização de aeroportos no Brasil

08/12/2011 - 08h00


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LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
A Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo) cortou suas projeções para 2012 e revisou as deste ano, indicando pior performance na Europa ante a crise e, na América Latina, citando gargalos no Brasil. No pior cenário, a perda global em 2012 chegaria a US$ 8,3 bilhões (R$ 14,9 bilhões).
Comunicado emitido ontem cita o Brasil como "exemplo do que pode dar errado" pelo plano de privatizar aeroportos e incluir a Infraero como sócia. "É como colocar a raposa cuidando do galinheiro", diz o presidente da entidade, Tony Tyler. A Iata está "trabalhando duro com autoridades brasileiras para evitar tal erro", acrescentou ele.
TCU altera edital e eleva valor mínimo para concessão de aeroportos
Delta mira mercado brasileiro e terá participação na Gol
A Iata tem dois cenários para 2012. No melhor, espera lucrar US$ 3,5 bilhões --metade do ganho neste ano e 27% menos que o previsto.
No pior, que considera uma crise do sistema bancário e um avanço do PIB global de mero 0,8%, haveria prejuízo de US$ 8,3 bilhões.
Para este ano, a organização que reúne 240 companhias aéreas responsáveis por 84% do tráfego mundial manteve a projeção de lucro de US$ 6,9 bilhões, mas mudou a expectativa por região.
A América Latina foi a mais punida em termos percentuais e teve a expectativa de lucro cortada para US$ 200 milhões --um terço do previsto antes. Já na Europa, o ganho esperado agora é de US$ 1 bilhão, 29% menor.
Na América do Norte e a Ásia-Pacífico a projeção melhorou --a primeira para US$ 2 bilhões e a última, com a expansão do mercado chinês, para US$ 3,3 bilhões.
Já em 2012, a América Latina deve lucrar US$ 100 milhões no melhor cenário e perder US$ 400 milhões no pior. A Europa ficará no vermelho US$ 600 milhões, na projeção otimista, e US$ 4,4 bilhões na pessimista, que ainda vê prejuízo na América do Norte (US$ 1,8 bilhão) e na Ásia (US$ 1,1 bilhão).

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Delta Air Lines terá participação minoritária na Gol

07/12/2011 - 09h39


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MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
DA REUTERS
Atualizado às 13h17.
A companhia aérea americana Delta Airlines adquiriu uma participação minoritária da Gol Linhas Aéreas, ampliando seu acesso ao maior mercado da América Latina e dando à empresa brasileira mais capital e uma importante sócia com malha internacional.
Com demanda fraca, setor aéreo sobe o preço das passagens
Financiamento de aviões será mais difícil em 2012, diz Iata
A operação, no valor de US$ 100 milhões, se dará por meio de uma operação de aumento de capital da companhia brasileira.
A entrada da Delta no capital da Gol será por meio da compra de recibos de ações em Nova York da empresa brasileira representativos de papéis preferenciais na Bovespa. A Delta se dispôs a pagar R$ 22 por ação preferencial da Gol, um prêmio de quase 50% em relação ao preço de fechamento na terça-feira, de R$ 14,96.
O aumento de capital será de cerca de R$ 280 milhões, incluindo o direito de subscrição dos demais acionistas da Gol, segundo fato relevante. O Conselho de Administração da Gol se reunirá em 21 dezembro para deliberar sobre o aumento de capital.
Além de ingressar no capital da Gol, a Delta irá assumir os contratos de arrendamento de duas aeronaves Boeing 767 e suas peças sobressalentes da Gol.
"A Delta viu valor nisso e é mais uma coisa que complementa a gente", disse o vice-presidente financeiro da Gol, Leonardo Pereira, em teleconferência com analistas.
Segundo cálculos da Gol, os aviões parados gerariam uma despesa de 50 milhões de dólares até 2014, incluindo gastos com manutenção, leasing e devolução dos aviões.
A entrada da Delta no capital da Gol ocorre em meio a um movimento global de consolidação no setor aéreo, que enfrenta preços de combustíveis em alta e demanda reprimida por viagens em boa parte do mundo.
Mesmo no Brasil, o tráfego aéreo de passageiros que vinha crescendo dois dígitos nos últimos anos deve desacelerar a expansão em 2012 para um dígito.
A maior rival doméstica da Gol, a TAM, trabalha no processo de fusão com a chilena LAN para criar o maior grupo de aviação da América Latina.
FROTA PADRONIZADA
"Estamos mais próximos do que estivemos de ter uma frota padronizada. Isso com certeza agrega valor para a Gol", afirmou o presidente da companhia, Constantino de Oliveira Júnior, a analistas.
Com a aliança, Delta e Gol vão ampliar acordos de compartilhamento de voos, "permitindo à Delta colocar seu código em mais voos Gol no Brasil, Caribe e América do Sul, e à Gol colocar seu código em serviços Delta entre Brasil e Estados Unidos, e a partir dos Estados Unidos para outros destinos".
As companhias já tinham uma operação de compartilhamento, em um acordo que permite aos passageiros da Gol acumular milhas voadas na Delta.
Segundo a Gol, a parceria não implicará na adesão da empresa a uma aliança global de companhias aéreas.
"(O acordo) agrega para a Gol a possibilidade de compartilhar os voos da Delta permitindo maior facilidade nas conexões e maior número de destinos", disse o presidente da Gol.

Brasil será 4º mercado para aviação, diz presidente da Delta

07/12/2011 - 13h48


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MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
O presidente da Delta Air Lines, Richard Anderson, afirmou nesta quarta-feira que a aquisição de 3% do capital da Gol, por U$ 100 milhões, é um investimento estratégico que reforça a importância do Brasil para a companhia americana.
"O Brasil vai ser o quarto maior mercado doméstico do mundo até 2014 e esse é um investimento estratégico de longo prazo", disse Anderson. "Nós dobramos nossa oferta de assentos para o Brasil nos últimos anos e esperamos, com essa parceria [com a Gol], ampliar as opções de voos para os nossos clientes."
Com demanda fraca, setor aéreo sobe o preço das passagens
Financiamento de aviões será mais difícil em 2012, diz Iata
Segundo o presidente do conselho da Delta, Ed Bastian, este é o segundo investimento estratégico feito pela empresa em outro país. "Essa não é uma prática comum na companhia, mas no início do ano investimos U$ 65 milhões na Aeromexico."
O investimento da Delta se dará a partir de uma operação de aumento de capital da Gol, por meio da compra de recibos de ações em Nova York da empresa brasileira representativos de papéis preferenciais na Bovespa.
A empresa está adquirindo ações preferenciais, de maior liquidez. A Delta se dispôs a pagar R$ 22 por ação preferencial da Gol, um prêmio de quase 50% em relação ao preço de fechamento na terça-feira, de R$ 14,96.
O aumento de capital será de cerca de R$ 280 milhões, incluindo o direito de subscrição dos demais acionistas da Gol, segundo fato relevante. O Conselho de Administração da Gol se reunirá em 21 dezembro para deliberar sobre o aumento de capital.
O único privilégio que a Delta terá em relação ao demais investidores minoritários com ações preferenciais é um assento no conselho de administração da Gol. O assento será ocupado por Bastian.
Hoje a Gol tem nove assentos -- será criado mais um para ser ocupado pelo presidente do conselho da Delta.

Danilo Verpa/Folhapress
Richard Anderson (esq.), CEO da Delta Air Lines, e Constantino de Oliveira Junior, da Gol, durante coletiva sobre a aquisição de parte da companhia brasileira pela empresa americana
Richard Anderson (esq.), CEO da Delta Air Lines, e Constantino de Oliveira Junior, da Gol, durante coletiva sobre a aquisição de parte da companhia brasileira pela empresa americana
MILHAS
Com a aliança, Delta e Gol vão ampliar acordos de compartilhamento de voos, "permitindo à Delta colocar seu código em mais voos Gol no Brasil, Caribe e América do Sul, e à Gol colocar seu código em serviços Delta entre Brasil e Estados Unidos, e a partir dos Estados Unidos para outros destinos".
As duas companhias já possuem um acordo de compartilhamento de voos, mas este será aprofundado. Passageiros das duas empresas poderão acumular milhas voando para qualquer destino na outra empresa.
Hoje as milhas só são computadas nas ligações entre Brasil e EUA.
O acordo será colocado em prática ao longo dos próximos 12 meses.
Quando estiver em vigor, clientes da Gol poderão adquirir voos da Delta para qualquer lugar do mundo pelo site da própria Gol, e vice versa.
FROTA
Além de ingressar no capital da Gol, a Delta irá assumir os contratos de arrendamento de duas aeronaves Boeing 767 e suas peças sobressalentes da Gol.
"A Delta viu valor nisso e é mais uma coisa que complementa a gente", disse o vice-presidente financeiro da Gol, Leonardo Pereira, em teleconferência com analistas.
Segundo cálculos da Gol, os aviões parados gerariam uma despesa de 50 milhões de dólares até 2014, incluindo gastos com manutenção, leasing e devolução dos aviões.
"Estamos mais próximos do que estivemos de ter uma frota padronizada. Isso com certeza agrega valor para a Gol", afirmou o presidente da companhia, Constantino de Oliveira Júnior, a analistas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

TCU analisa edital da concessão de aeroportos na quarta-feira

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) vai analisar na quarta-feira, 7 de dezembro, o edital das concessões dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos (SP) e Brasília. Se o processo for aprovado, o governo estará liberado para publicar o documento.

O leilão, porém, ficará para o fim de janeiro ou começo de fevereiro de 2012, disse à Reuters uma fonte do governo que pediu anonimato.

Segundo essa mesma fonte, o edital não deverá ser publicado imediatamente após a aprovação pelo TCU, mas "no mínimo" dois dias depois. Mas a demora pode ser maior, dependendo do tipo de alteração que vier a ser exigida pelo TCU.

O leilão acontecerá 45 dias após a publicação do edital, o que elimina por completo a chance de a licitação ocorrer ainda em 2011, como desejava o governo. A primeira previsão era de que o certame ocorresse em 22 de dezembro.

O processo foi relatado, no TCU, pelo ministro Aroldo Cedraz. Ele apresentará seu parecer aos demais ministros em reunião do plenário marcada para as 14h30 de quarta-feira. A inclusão do tema na pauta foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira.

O governo aposta na concessão dos aeroportos à iniciativa privada como fórmula para realizar os investimentos para adaptar os aeroportos ao crescimento da demanda por transporte aéreo, que será ainda maior por conta da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

A Infraero, estatal que administra hoje os terminais, permanecerá como sócia do investidor privado, com até 49 por cento de participação.