quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Viracopos se consolida como aeroporto internacional


Primeiro semestre do ano passado foram 49.791 passageiros que embarcaram para fora do País por Campinas



03/08/2011 - 07h37 . Atualizada em 03/08/2011 - 10h48
Adriana Leite   Da Agência Anhangüera  




Embora os números apontem bons resultados, local necessita de melhorias
(Foto: Cedoc/RAC )

Pouco a pouco, Campinas se consolida em mais uma opção para o transporte regular de passageiros ao Exterior.  Há um ano, os voos para outros países foram retomados, como a rota entre o Aeroporto Internacional de Viracopos e Lisboa, capital de Portugal.

Em dezembro do ano passado, foi a vez da América Latina ser contemplada com uma ligação para Montevidéu, com conexões para outros lugares como Buenos Aires (Argentina) e Santiago (Chile). No primeiro ano, foram registrados 91.540 embarques e desembarques.

Os números são promissores, visto que no primeiro semestre deste ano foram 49.791 passageiros frente a 42.489 de julho a dezembro de 2010. Mas ainda são necessários muitas melhoras na infraestrutura aeroportuária de Viracopos e também nos órgãos envolvidos na logística de atendimento aos passageiros e companhias aéreas.
Ainda há lacunas que restringem a ampliação de frequências e novos destinos a partir de Campinas. Estacionamento, free-shop, mais opções na área de alimentação e um número maior de servidores para o trato com viajantes, bagagens e empresas aéreas.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) garantiu que está tomando providências para resolver a maioria dos problemas. No entanto, há questões que independem da estatal e estão a cargo de outros órgãos públicos, como o aumento do efetivo de servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Mesmo assim, representantes do setor de turismo e passageiros afirmaram que a retomada dos voos internacionais em Campinas foi uma conquista importante, que trouxe comodidade e novos negócios para a região. Evitar o caos de São Paulo para chegar ao Aeroporto Internacional de Cumbica é um fator que pesa muito na hora de decidir por sair a partir de Viracopos para a Europa ou América do Sul.
A consultora de viagens da Vacance Turismo, Valéria Barcellos, afirmou que os valores mais acessíveis para as viagens internacionais, com o dólar baixo, e a facilidade de sair a partir de Campinas impulsionam as viagens por Viracopos. Contudo, a falta de um free-shop é uma reclamação constante dos viajantes.
Há uma grande movimentação de passageiros internacionais em Viracopos. As opções oferecidas por Campinas são interessantes, mas a infraestrutura do aeroporto tem que melhorar. Tivemos alguns problemas com a transferência de voos que sairiam de Campinas com destino a Lisboa para Cumbica. Mas o problema foi normalizado, disse.
A atendente da Adriana Turismo, Suzana Bogarin, comentou que o aeroporto tem que ter mais estrutura de atendimento para os passageiros. Há interesse dos passageiros por Viracopos, mas a falta de free-shop, a dificuldade em encontrar vagas no estacionamento e as poucas opções de alimentação são questões que devem ser resolvidas. Mesmo assim, foi importante a retomada dos voos internacionais. O impacto foi positivo para o mercado de turismo do Interior, salientou. Ela embrou que as questões de infraestrutura não se limitam a Viracopos e são vistas nos terminais em todo País.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Aéreo: Após 4 anos, 3º aeroporto de SP será avaliado por Decea


01 August 2011

Depois de quase quatro anos na gaveta, o projeto de construção de um terceiro aeroporto na Grande São Paulo pela Andrade Gutierrez e pela Camargo Corrêa está prestes a ter avaliada sua viabilidade operacional pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
Detentoras do direito de compra de uma área de 9 milhões de metros quadrados em Caieiras, na região metropolitana, as empresas querem autorização para tocar o projeto em regime privado.
Em uma reunião realizada em julho na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o Decea solicitou mais informações às empresas para estudar a viabilidade técnica do aeroporto, afirmou o chefe do setor que cuida do planejamento estratégico operacional no órgão, Julio Cesar de Sousa Pereira. Segundo ele, de posse desses dados, o Decea levaria um mês para concluir a análise.
De acordo com fontes, porém, o órgão já teria informado internamente ao governo que o projeto não é viável. O resultado reforça a pouca empolgação que o Planalto vem demonstrando em relação ao projeto. A Anac, agência reguladora do setor aéreo, nunca chegou a estudar a viabilidade de outorgar à iniciativa privada a construção e operação do novo aeroporto, revelou uma fonte.
Entre diretores da agência, as desculpas para a falta de ação mostram o caráter polêmico do projeto: o suposto rechaço da presidente Dilma Rousseff, a inviabilidade operacional alegada pelo Decea e até a contrariedade da Odebrecht, construtora rival da Andrade e da Camargo.
O novo diretor-presidente da agência, Marcelo Guaranys, porém, não seria contra a autorização, dizem fontes. Ele assumiu a Anac este mês. O governo de São Paulo é outro aliado à construção do terceiro aeroporto, embora não se posicione especificamente sobre o projeto de Caieiras. A visão é de que um investimento desse tipo seria uma solução para destravar os gargalos de infraestrutura, cujas pontas mais visíveis são as longas filas em Congonhas e Guarulhos.
Uma reunião entre a Secretaria Estadual de Logística e Transportes e a Anac para tratar do assunto, programada para junho, foi cancelada. A agência teria alegado problema de agenda, informou a assessoria de imprensa da pasta. O secretário Saulo de Castro tem uma reunião prevista com o ministro da Secretaria da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, "para breve", mas ainda sem data marcada. Pela assessoria, ele disse que prefere não dar entrevista antes do encontro.
Um dos motivos de o governo não incentivar um terceiro aeroporto em São Paulo é a convicção de que conseguirá tirar do papel o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) ligando Rio, São Paulo e Campinas.
Para técnicos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que trabalharam nos estudos para o edital do frustrado leilão do trem-bala, a ligação entre São Paulo e Campinas viabilizaria o Aeroporto de Viracopos como terceira opção para a Grande São Paulo. Os estudos do TAV foram conduzidos no BNDES sob a liderança do atual ministro Wagner Bittencourt, que foi diretor de infraestrutura do banco.
No caminho do aeroporto de Caieiras, a 35 quilômetros de São Paulo, está ainda a Infraero. O governo vê que a construção de um novo aeroporto na região pode atrapalhar uma futura abertura de capital da estatal. Mais um aeroporto na Grande São Paulo também poderia reduzir o valor ofertado pelos consórcios interessados nas concessões de Guarulhos e Viracopos.
Segundo um consultor, o governo também teme que a autorização do projeto seja vista como um favorecimento às empresas. No entanto, mesmo que o governo chamasse outros possíveis interessados, as duas construtoras seriam as vencedoras, pois outros grupos teriam dificuldades de encontrar um terreno.
Procurada, a Camargo Corrêa não quis comentar o assunto. A Andrade Gutierrez confirmou, em nota, que "continua interessada e trabalhando para o sucesso do terceiro aeroporto de São Paulo". A SAC não respondeu às perguntas da reportagem.  (Informações: Agencia Estado /Foto: Divulgação)