Márcia Pinna Raspanti, de São Paulo
A produtividade da Portonave - Terminais Portuários de Navegantes vem crescendo de desde fevereiro e, no mês de junho, o terminal bateu o recorde de movimentos de contêineres por hora (MPH). O índice alcançado foi de 66 MPH, ante aos 63,9 MPH registrados em maio. No primeiro semestre de 2011 a movimentação de contêineres por hora na Portonave teve um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. O ganho de eficiência e competitividade deve-se a modernização dos equipamentos e a tecnologia inovadora do terminal.
Desde a inauguração, em outubro de 2007, até junho de 2011, o Terminal catarinense movimentou 1.510.149 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Três portêineres e dois guindastes fazem a movimentação dos contêineres do pátio até o navio, além do caminho inverso, e oito transtêineres reposicionam os contêineres em terra. O terminal ainda possui 25 Terminal Tractors, caminhões especialmente desenvolvidos para trabalho portuário, que comportam até 40 toneladas por vez.
A equipe qualificada é essencial para operação dos equipamentos e o planejamento do armazenamento das cargas no Terminal e nas embarcações reflete diretamente na agilidade das operações. O navio com a maior produtividade em junho foi o MSC Carolina da empresa MSC Mediterranean Shipping Company com 103,3 movimentos por hora.
O diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, comenta os resultados obtidos pelo terminal:
Global Online: A que se devem os recordes de produtividade da Portonave? Por que há uma crescente de produtividade desde fevereiro de 2011?
Osmari de Castilho Ribas: A modernização dos equipamentos e a tecnologia inovadora oferecidas pelo Terminal são fatores que colaboraram para melhorar a produtividade. A Portonave possui três Portêineres Post Panamax, que trabalham em navios com até 40 metros de largura, com capacidade para movimentar simultaneamente até dois contêineres de 20 pés cheios e 25 Terminal Tractors, que são caminhões especialmente desenvolvidos para trabalho portuário, comportam até 40 toneladas por vez. Além dos equipamentos de última geração, o alto índice de produtividade também deve-se ao excelente conhecimento das operações por parte dos nossos colaboradores e a melhoria contínua dos processos e procedimentos de planejamento.
Global Online: Como o sr. avalia o cenário econômico de 2011?
Ribas: A balança comercial brasileira registrou valores recordes para as exportações e importações nos primeiros seis meses do ano. O mercado está aquecido e a valorização do real fez com que o valor dos produtos estrangeiros baixasse o que facilita a aquisição de produtos importados pelos consumidores brasileiros. Além disso, a expansão da economia brasileira elevou o consumo, de maneira que as importações aumentaram em todo o país
Por outro lado, o momento para a exportação também é muito positivo. Todos querem fazer negócio com o Brasil, que atinge índices de exportação favoráveis e superávit.
Global Online: Que setores têm impulsionado o crescimento da Portonave?
Ribas: Na exportação podemos destacar as carnes congeladas, frango, suíno e bovino, madeira e tabaco. Já na importação, o aço importado por meio da Portonave teve um crescimento de 95% no primeiro semestre de 2011, em relação ao mesmo período de 2010. Também podemos destacar o plástico e maquinários.
Global Online: Qual a expectativa de crescimento para os próximos dois anos?
Ribas: Certamente investiremos em soluções adequadas para atender a demanda e atrair novos clientes.
Global Online: Quais os resultados de 2010?
Ribas: O faturamento da Portonave teve aumento de 57% em 2010, comparado a 2009. A receita bruta da empresa foi de R$ 252,5 milhões. E a Iceport, com a operação de trading company, obteve um faturamento de R$ 45,1 milhões, uma evolução de 285% frente ao ano anterior.
Global Online: Quais os diferenciais do terminal?
Ribas: O fato de a Portonave ter um terminal frigorífico e trading company integradas ao Terminal é um dos diferenciais. Além disso, contamos com uma equipe qualificada e equipamentos de ponta. O Terminal possui três portêineres post panamax, utilizados para carregar e descarregar contêineres do navio para o costado e vice-versa, com capacidade para içar até 75 toneladas; dois guindastes MHC, que podem erguer 41 toneladas no sistema spreader ou 104 toneladas com gancho; oito transtêineres, com capacidade para até 61 toneladas de carga e empilhamento de seis posições de altura; três Reach Stackers responsáveis pelo empilhamento de contêineres, com capacidade para erguer 45 toneladas e 25 terminal tractors, com capacidade de até 60 toneladas, usados para o transporte interno de contêineres.
A Portonave também atua com responsabilidade social e ambiental e, desde o início das operações, em outubro de 2007, conquistou importantes prêmios nas áreas de meio ambiente, recursos humanos e responsabilidade social. Entre eles: Prêmio Expressão de Ecologia, em Gestão Ambiental (2010); Prêmio Empresa Cidadã, ADVB-SC (2010); Comenda do Legislativo Catarinense (2009); Prêmio Ser Humano, ABRH – seccional Santa Catarina (2009); Prêmio Fritz Müller – categorias: Conservação de Insumos de Produção e Água e Gestão Ambiental (2009) e Prêmio Fritz Müller – categoria: Conservação de Insumos de Produção – Água (2007).
Global Online: Quais os investimentos previstos para os próximos dois anos?
Ribas: Como respondido anteriormente, os investimentos serão para atender a demanda e atrair novos clientes.
Global Online: Quais as dificuldades que a operação enfrenta?
Ribas: Sem dúvidas as condições climáticas. Com as chuvas, tivemos cheias no Rio Itajaí-Açu e o canal da barra precisou ser fechado, impossibilitando a entrada de navios no Complexo Portuário por algumas horas, o que gera alguns transtornos.